BANCOS DE SÊMEN

A reprodução humana assistida é área especializada da medicina que apresenta desenvolvimento técnico e científico acelerados. Em muitas situações, há descompasso entre os avanços atingidos e a percepção e aceitação de parte da sociedade. Neste contexto, a criopreservação de gametas masculinos vem ganhando destaque. O armazenamento de sêmen é técnica antigae permite manter a capacidade de fertilização dos espermatozóides.

Os chamados bancos de sêmen podem servir para preservação da fertilidade em homens que apresentem fatores de risco para infertilidade e para doadores anônimos.

A criopreservação de sêmen oferece muitos benefícios aos homens com risco de infertilidade. Alguns tratamentos médicos, profissões ou atividades físicas podem diminuir a fertilidade masculina. Assim, homens que serão submetidos a tratamentos de doenças malignas, cirurgias testiculares, da próstata, vasectomia, dentre outros, podem se beneficiar da manutenção de sua fertilidade com o armazenamento do sêmen.

No Brasil, possuímos regulamentação específica para o funcionamento de Bancos de Células e tecidos germinativos, da ANVISA, e também, resolução normativa do Conselho Federal de Medicina. Os doadores são voluntários, não havendo pagamento para a coleta do sêmen. Os candidatos devem ter entre 18 e 45 anos, apresentarem boa saúde, exames laboratoriais e sorológicos negativos e não possuírem história familiar de alterações genéticas.

Os parâmetros seminais devem estar normais, como motilidade e concentração dos espermatozoides. Isto melhora os resultados dos tratamentos de reprodução assistida.

Conforme as normas éticas vigentes, o doador deve ser anônimo, não sendo revelada sua identidade aos receptores e vice-versa. Os doadores assinam termo de consentimento livre e esclarecido que inclui informações referentes ao destino das amostras coletadas e informando a necessidade do anonimato.

O registro permanente dos nascimentos oriundos dos tratamentos consegue impedir que um doador tenha participado de mais que duas gestações de crianças de sexos diferentes numa área de 1 milhão de habitantes.

 

Dr. Luiz Augusto Giordano

Doutor em Ginecologia pela UNIFESP

Medico Responsável pelo ambulatório de Infertilidade Conjugal do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle

Médico da Clínica Giordano Saúde da Mulher